quinta-feira, 29 de março de 2012 1 comentários

Desencanto



É complicado lidar com as verdades, sejam elas quais e quantas forem. E mais complicado ainda é lidar com o que não se vê. Por que isso de "o que os olhos não vêem o coração não sente" é muito bom de dizer quando não é com você.

Meto-me de enxerida que sou. Devo ter a língua maior que os pudores, mas é que eu ainda me sinto do tempo em que era digno indignar-se.

Dispam-me de rotulações. Nem racista, nem sexsista, muito menos extremista. Prefiro ser realista, mesmo quando a realidade se esconde entre falsas intenções.

É que hoje eu estava especialmente reflexiva. Queria entender o que dizem as juras de amor. Ouvi Beatles, cantei com Chico e li Cecília. No fim, restaram suaves impressões das reproduções de versos e canções que só exigem sinceridade de quem os repete.

Me perdoem os hipócritas, mas é impossível manter o encanto por alguém que, sem o mínimo remorso, olha nos olhos e faz juras de amor a quem, na noite anterior, estava traindo.

Não adianta. Certas desculpas são indesculpáveis.
terça-feira, 13 de março de 2012 2 comentários

Recife



Tu que tantas vezes me deixa perdida,
que tantas vezes me enlouquece,
não me guardes sob medida,
não me escondas o que entontece.
Acalma minha eterna despedida
e dissolve-me no que só em ti anoitece.



 
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