sábado, 29 de dezembro de 2012

Guardado




Entre esperas inúteis,
passada a agonia,
o que semeio?
Poesia.

Trocada, sempre trocada,
sem, ao menos, saber pelo quê.

E meu corpo paga pela tua ausência,
por não ter podido te amar,
por não ter pelo que te perdoar.

Os sonhos, coitados, tão maltratados,
cheirando a guardado,
não querem esperar.

Arranca-me os olhos, mas faz-me partir.
Mais triste que ser só é não ser.
E sendo ninguém, como – ainda – posso sofrer? 

Um comentário:

Mika disse...

"Os sonhos, coitados, tão maltratados,
cheirando a guardado,
não querem esperar."

Espera mais um pouquinho!

"E sendo ninguém, como – ainda – posso sofrer?"

Fica quieta no teu canto! Melhor assim, sem ninguém.

Enfim, adoro pensar, repensar lendo esses teus textos!

 
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