domingo, 14 de agosto de 2011

Limitações



Ao meu Pai

Você nunca foi meu herói, mas era quem cantava cantigas para mim.
E se há algo que dá gosto à lembrança,
se há algo que traz de volta a infância,
soa assim: “Olê mulher rendeira, Olê mulher rendar
Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar [...]”.

Não passamos mais tanto tempo juntos,
Nem falamos dos mesmos assuntos.
Sinto muito por todas as vezes que não compreendi os teus limites.

Minha mente se distrai entre tuas confusões
E em meio a olhares distantes e gestos automáticos
Sobra o vazio nas nossas ligações.

Eu só queria que você entendesse
O que eu nunca fiz questão de revelar
E que pudesse ler o que me escorre agora

Queria poder explicar algo e ver você compreender.
Não, não queria outra vida,
nem outro pai.
Eu só queria entender as suas explicações.

4 comentários:

Marlla disse...

"Queria poder explicar algo e ver você compreender.
Não, não queria outra vida,
nem outro pai.
Eu só queria entender suas explicações."
Adorei, você nunca decepciona, né? Beijo amiga =*

Carolina disse...

Que coisa linda Rorô

;)

Priscila disse...

Muito bonitinho, mas muito tristinho teu poema de dia dos pais =[

Independente das limitações atuais do teu pai, independente das tuas limitações... o importante é um ter ao outro, não é?
E eu sei que vocês riem muito quando estão juntos.

Parabéns pelo poema e pelo blog.

Gabi disse...

Primeira pessoa que eu vejo que, no dia dos Pais, não escreve: Meu pai é o melhor pai do mundo!

Sei que pra gente que lê, esse poema não tem metade do significado que tem pra você, mas foi verdadeiro igualmente.

Parabéns por não dizer que seu pai é perfeito, sem ser. Parabéns por dizer que ama de uma forma tão verdadeira.

 
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